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PolíticaReino Unido

O que acontece no Reino Unido após a morte da rainha

Silke Wünsch
9 de setembro de 2022

Prontos há tempos, planos secretos para o protocolo a ser seguido durante os dez dias seguintes à morte de Elizabeth 2ª são agora colocados em prática. Entenda o passo a passo da chamada Operação "London Bridge".

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Bandeira a meio mastro em Londres
Após o anúncio oficial da morte da rainha, bandeiras foram colocadas a meio mastro no Reino UnidoFoto: Dan Kitwood/Getty Images

O dia da morte da rainha Elizabeth 2ª chegou na quinta-feira (08/09), e com ele, foi colocado em prática um protocolo minuciosamente elaborado.

"London Bridge is down" ("A Ponte de Londres caiu"). Com esta frase em código e por meio de uma linha telefônica segura, o secretário particular da rainha informou a primeira-ministra britânica, Liz Truss, sobre a morte da monarca.

Em seguida, prosseguiu-se com uma longa cadeia de comunicação, com o secretário de gabinete e os principais ministros sendo notificados, com o pedido de manterem a informação confidencial.

Somente então o anúncio oficial foi para a imprensa. Em 10 minutos, todas as bandeiras em edifícios públicos foram baixadas a meio mastro, e sinos tocaram.

O Palácio de Buckingham e os canais de mídia social do governo anunciaram, então a morte da rainha, e exibiram um comunicado de luto sobre um fundo preto.

Dez dias até o funeral

Enquanto isso, o herdeiro do trono, o agora rei Charles 3º, se preparava para um discurso à nação como novo chefe de Estado, seguido de um serviço memorial na Catedral de São Paulo, em Londres.

Pelos próximos dez dias, até o funeral da rainha, todos os órgãos do governo entram em recesso. O protocolo "London Bridge", no entanto, continua, com uma programada sequência de dias após o chamado Dia D, o dia da morte da rainha, segundo documentos vazados e publicados pelo site Politico no ano passado. Os dias seguintes são chamados de Dia D+1, Dia D+2 e assim por diante

No entanto, como a morte da rainha foi anunciada somente na noite desta quinta-feira, esta sexta-feira é considerada o Dia D ou D+0, de acordo com o jornal britânico The Guardian, quando o novo rei deve fazer um pronunciamento à nação.

Dia D+1 e um novo rei

O príncipe Charles foi oficialmente proclamado rei no sábado (10/09), o Dia D+1. A coroação tem o codinome Operation Spring Tide (Operação Maré de Primavera). O novo monarca teve, então, sua primeira audiência com a primeira-ministra britânica e o gabinete de governo.

Também no sábado, o caixão com o corpo da rainha Elizabeth 2ª saiu do Castelo de Balmoral, na Escócia, onde a monarca morreu na quinta-feira, chegando a Edimburgoapós um cortejo de cerca de seis horas.

Dia D+4

Na terça-feira (13/09), o caixão de Elizabeth 2ª foi levado da Escócia ao Palácio de Buckingham. Como a monarca morreu em Balmoral, na Escócia, a Operação Overstudy (Operação Estudo Reforçado, em tradução livre) entrou em vigor, o que significa que o caixão foi transportado por avião.

A chegada do caixão ao palácio foi acompanhada por milhares de pessoas que se aglomeravam ao longo das ruas de Londres apesar da chuva, desde a base aérea de Northolt, onde o avião que transportou o caixão de Edimburgo, na Escócia, foi recebido pela primeira-ministra britânica, Liz Truss, e pelo ministro da Defesa, Ben Wallace, entre outras autoridades.  

No Palácio de Buckingham, uma Guarda de Honra recebeu o caixão, que foi encaminhado à Bow Room, ao som de música de gaitas de foles e testemunhada pelo Rei Charles 3º e pela Rainha Consorte, Camilla, e outros membros da Família Real. 

A Operation Lion (Operação Leão) é ensaiada em Londres. Trata-se da procissão do caixão real do Palácio de Buckingham até o Palácio de Westminster, a sede do Parlamento britânico.

Dia D+5 até o Dia D+9, Operações Leão e Pluma

Na quarta-feira (14/09), o caixão será transportado ao Palácio de Westminster, sede do Parlamento britânico, onde haverá uma missa. O corpo da rainha ficará no local até a segunda-feira (19/09), na chamada Operation Feather (Operação Pluma), quando cidadãos poderão se despedir pessoalmente da monarca.

As autoridades britânicas preveem uma fila de até oito quilômetros de pessoas que planejam prestar uma última homenagem à rainha. Segundo a imprensa local, a espera pode durar até 30 horas.

O caixão com o corpo da monarca ficará no Palácio de Westminster para contemplação do público entre as 17h desta quarta-feira e às 6h30min de segunda-feira (horário local), dia do funeral de Estado, que começará às 11h.

Enquanto isso, os procedimentos do funeral de Estado serão ensaiados, e o rei Charles 3º visitará o País de Gales.

Da D+10, funeral de Estado

O funeral oficial da rainha será realizado na Abadia de Westminster no dia 19 de setembro, às 11h. Em todo o Reino Unido, haverá dois minutos de silêncio ao meio-dia. Os presidentes dos EUA, Joe Biden, do Brasil, Jair Bolsonaro, e da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, confirmaram presença na solenidade.

O dia do funeral deve ser um "Dia de Luto Nacional". Empregadores poderão dar folga a seus funcionários. 

Após o funeral de Estado, haverá uma procissão até a Capela de São Jorge, no Castelo de Windsor, com uma última despedida durante uma missa.

Por fim, o caixão da rainha será depositado na Capela Memorial do Rei George 6º, no Castelo de Windsor – ao lado do marido da monarca, o príncipe Philip, que morreu em abril de 2021, e que agora será transferido da cripta real para um túmulo da família.